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/ Dica
10/09/2013 - 11h31
 

Adubação Fosfatada Química

Fonte: Fundação MT
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 Dentre os micronutrientes requeridos pela cultura da soja, o Manganês (Mn) é o elemento cujo sintoma de deficiência tem sido observado com maio frequência nas lavouras do cerrado brasileiro. Nos solos em que sua carência é comprovada, adubações contendo este nutriente são indispensáveis, pois favorecem o desenvolvimento e a produtividade da cultura,

Altas doses de calcário ou sua má incorporação ao solo têm contribuído para o aparecimento do sintoma de deficiência de Mn nas plantas, que se caracterizam pela clorose entre as nervuras das folhas novas. Com o advento do sistema de semeadura direta, em que a calagem superficial é frquente e possibilita a ocorrencia da supercalagem nos primeiros centimetros do perfil, o problema tende a se agravar. A disponibilidade deste elemento sofre grande influência dos valores de pH do solo, quanto mais alcalino, menos disponível está o Mn para a absorção radicular. Da mesma forma, em solos úmidos com coloração mais branca/acinzentada, no processo de absorção radicular há uma competição entre o Fe2+ e o Mn2+, prejudicando a absorção do Mn. 

Em observações feitas a campo pela equipe do PMA (Programa de Monitoramento de Adubação) da Fundação MT, em áreas mais propensas ou com histórico de deficiência de Mn, constata-se que o modo de aplicação dos fertilizantes fosfatados está influenciando a intensidade do sintoma de deficiência de Mn em plantas de soja. 

Quando a adubação fosfatada é feita no sulco de semeadura, diferenças na intensidade do verde das folhas são observadas entre as linhas de plantio. Em análise mais criteriosa, observa-se que, onde o sintoma típico de deficiência de Mn é mais intenso, a quantidade de adubo encontrada no sulco de semeadura é menor ou ausente. 

Fertizantes fosfatados diferem quanto à sua composição química, a solubilidade e ao cátion acompanhante. Ao serem aplicados no solo, enquanto ocorre a solubilização do fosfato, principalmente nos períodos iniciais, estes fertilizantes alteram a magnitude das reações químicas na região ao redor dos grânulos, alterando o pH do solo. A dissolução dos fosfatos monocálcicos ( superfosfatos) e do monoamônio fosfato (MAP), diminui o pH ao redor d grânulo, enquanto que do diamônio fosfato (DAP) promove seu aumento. 

Diante disto, o PMA acredita na hipótese de que, quando  a adubação fosfatada é feita no sulco de plantio, utilizando - se como fonte superfosfatos ou MAP, as plantas tem se beneficiado da redução temporária do pH do solo para absorver Mn.

Dados da literatura científica demonstram com clareza as alterações químicas que ocorrem com a adição de fertilizantes e corretivos no solo, mas faltam aqueles que comprovem os benefícios indiretos na absorção de Mn pelas plantas.

Sendo assim, fica a mensagem para a classe técnica e produtora, que a adubação das culturas vai muito além da quantidade aplicada de fertilizantes e que a eficiência de aproveitamento dos nutrientes presentes no solo depende também de como os fertilizantes são aplicados e quais reações específicas de cada fertilizante no solo.

Artigo escrito por Marcio Veronese, pesquisador da fundação MT do Programa de Monitoramento e Adubação (PMA).

Fonte: Fundação MT